“I’m sorry, Dave. I’m affraid I can’t do that” - (“desculpe, Dave. Receio não poder fazer isso”)
Eu vi 2001 quando ainda era criança - criança demais para entender o filme realmente, diga-se. Mas aquelas cenas ficaram gravadas na minha memória. As salas vazias, o branco da nave contrastando com o espaço. O vácuo e o silêncio que antecedem o famigerado “I’m sorry, Dave…”.
Décadas depois, é exatamente assim que meu cérebro responde quando alguém me pergunta onde eu me vejo daqui a 5 ou 10 anos.
Quem me conhece sabe o quanto isso contrasta com o meu funcionamento normal.
Num dia tranquilo, as ideias, vontades, planos e projetos transitam pela minha cabeça feito os carros, motos, tuktuks e animais num cruzamento de Nova Délhi - na hora do Rush.
Isso pra dizer que eu entendo você que tem muitas ideias e não executa nada porque entra em pânico na hora de escolher um caminho pra trilhar.
Precisamos repensar a função do plano
Planejamento não é só sobre o que você quer daqui uma década. É sobre como você pode aproveitar melhor o que o passado e o presente já te oferecem.
E digo ainda uma coisa que eu adoraria que alguém tivesse dito pra Érica que tanto bateu cabeça com isso na vida: planos não são sobre um desenho restrito e imutável que servem a algo.
O planejamento, pra começo de conversa, precisa servir a alguém! Às pessoas envolvidas na execução, no caso. E que sirva principalmente pra reduzir aquela carga mental de não saber o que fazer e ter que decidir tudo na hora.
Quem nunca esperou ansiosamente pelo momento livre pra colocar um projeto em prática, mas quando ele chegou, esqueceu completamente da sua existência. E foi gastar as preciosas horas no feed do insta?
Então.
Essa pauta vive brotando aqui nos atendimentos que faço pela Trina
Em várias delas, nas sessões do Mapa de Oportunidades.
Apesar de serem formatos e casos com problemas e objetivos separados, me chama a atenção que muita gente chega com um baita foco em coisas externas.
No fim, a resposta não estava na criação de algo novo e mirabolante. Sim na melhoria do que já estava sendo feito.
Eu sei que, conforme o fim do ano vai se aproximando, muita gente começa a querer rasgar tudo o que quis ou fez até hoje, pra começar do zero quando o ano virar. Se eu não tomar muito cuidado, entro nesse ritmo também - e tal qual a Mariah Carey, que já começou a ser descongelada, vamos todos caindo nessa onda de terminar o ano cada vez mais cedo também.
Mas a gente não vive na música do Robertão.
E não precisa que daqui pra frente tudo seja diferente. No que diz respeito ao seu planejamento e, principalmente às oportunidades que você tem pra abraçar, um ajuste fino no que você já tem aí pode ser muito mais efetivo.
Veja o caso de uma querida que acompanhei uns anos atrás: ela ia ter um trabalhão pra criar produtos assíncronos que nem atenderiam ao que ela inicialmente tinha pensado em resolver, nem ao que seus alunos requerem de fato.
Ia se esgotar no processo tentando fazer isso com recursos incompatíveis pros seus objetivos e, para além disso, ia tirar da conversa aquela que era a sua maior força: o contato e atenção individualizada das aulas síncronas.
No Mapa, a gente conseguiu ajustar isso e ainda descobriu uma belíssima oportunidade para integrar uma nova capacidade que ela vinha desenvolvendo há alguns anos (sem colocar pra jogo). Evitando o desgaste de abraçar um modelo de negócio que nem cabia na vida dela!
Outro dia mesmo, fiz o Mapa de outra querida que ia demorar uns anos pra colocar sua ideia mais legal no mundo - mas juntas conseguimos encontrar um formato perfeito que vai validá-la usando menos recursos, e ainda pode reduzir o esforço de outros projetos paralelos, incluindo o seu projeto de vida mais ambicioso..
Aí eu te pergunto:
Quais oportunidades você já tá querendo rasgar com as metas não cumpridas de 2025, nessa busca pelo 2026 diferentão? Será que não dá só pra adaptar, otimizando esses recursos?
(Não é uma pergunta retórica! Vou adorar se você responder e me contar :))
Um abraço,
Érica